Frente Nacional
de Oposição Bancária

Notícias

Acionistas do BB negam aumento de 57% em salário de CEO e concedem reajuste de 4,62%

02/05/2024

Bancos: Banco do Brasil

Ato do Sindicato dos Bancários de Bauru e Região em frente à Superintendência Regional, em Bauru, contra a reestruturação do BB, em janeiro de 2021. Foto: SEEB-Bauru/Reprodução

Compartilhe:

Os acionistas do Banco do Brasil rejeitaram, durante Assembleia Geral na sexta-feira, 26 de abril, a proposta de aumento de quase 57% do salário da presidente da instituição financeira, Tarciana Medeiros. Em vez disso, foi aprovado um reajuste de 4,62%, elevando a remuneração mensal da CEO de R$ 74,9 mil para R$ 78,4 mil.

Os acionistas também recusaram a elevação nos salários da vice-presidência e diretores, que receberam a mesma porcentagem de reajuste que a CEO do BB.

A proposta anterior foi apresentada pelo comitê de remuneração e aprovada pelo conselho de administração do banco. Se tivesse sido aprovada, o salário de Medeiros saltaria para R$ 117,4 mil mensais.

A remuneração da vice-presidência do BB teria aumento de R$ 67,1 mil para R$ 90,1 mil, enquanto os salários de diretores passariam de R$ 56,8 mil para R$ 69,2 mil.

O argumento do BB para submeter o reajuste de salário à assembleia seria de que os valores dos executivos ficaram congelados entre 2016 e 2022 e estão “defasados”, enquanto a remuneração fixa dos demais funcionários do banco foi atualizada.

Então, esse aumento, segundo o banco, seria necessário para equilibrar internamente as remunerações para que sejam “justas” frente às responsabilidades dos cargos. Lembrando que o BB também paga remuneração variável (participação nos lucros) aos seus executivos.

Lucro bilionário

Outro pretexto para a elevação seria o bom desempenho do banco em 2023. Conforme a própria instituição divulgou, houve um lucro líquido ajustado recorde de R$ 35,6 bilhões em 2023, o que representa um retorno sobre patrimônio líquido (RSPL) de 21,6% e um crescimento de 11,4% em relação a 2022.

Conforme a Frente Nacional de Oposição Bancária (FNOB) já pontuou, os executivos do BB levam em consideração a defasagem dos salários e o alto lucro do banco para reajustes de pagamentos apenas quando se trata da própria remuneração.

Os gestores ignoram, por exemplo, que o salário de todo o funcionalismo público no Brasil está defasado, não apenas dos executivos do banco. Para se ter ideia, atualmente, a remuneração inicial de bancários no BB é de pouco mais de dois salários mínimos. Sem contar que o congelamento de 8 anos dos salários dos funcionários durante o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) nunca foi solucionado.

Notícias Relacionadas

Reestruturação do BB já prejudica bancários em Bauru

Banco do Brasil 08/01/2025

BB atende pedido do SEEB-MA e prorroga compensação dos dias de greve até 28 de fevereiro

Banco do Brasil 08/01/2025

BB inicia reestruturação nesta terça-feira (7); FNOB orienta que bancários tenham cautela

Banco do Brasil 07/01/2025