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Bancários do BB decidem pelo fim da greve no MA e RN. ACT será assinado hoje

19/09/2024

Bancos: Banco do Brasil

Imagem ilustrativa. Foto: freepik.com

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Os bancários do Banco do Brasil decidiram pelo fim da greve no Maranhão e Rio Grande do Norte na noite da última terça-feira, 17 de setembro. A assinatura do novo Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), que vigorará até 2026, está marcada para esta quinta-feira, 19 de setembro, às 14h, em Brasília (DF).

No mesmo encontro, representantes dos Sindicatos dos Bancários do MA e RN também vão negociar sobre o abono dos dias de paralisação dos trabalhadores. Segundo o BB, o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) será creditado ainda hoje (19) nas contas dos funcionários.

Frustração

Bases da oposição entraram em greve na semana passada, após rejeitar o ACT do BB, para lutar pela retomada das negociações da Campanha Salarial de 2024, a fim de conquistar um reajuste salarial digno, com reposição real das perdas, além de avanços na assistência à saúde, condições de trabalho, contratação de funcionários para repor o quadro de trabalhadores e segurança dos bancários e clientes, assédio moral e reestruturações.

Isso foi necessário porque, mais uma vez, a Contraf-CUT enterrou a Campanha Salarial com sua inércia e covardia diante dos ataques e mesquinhez dos banqueiros em suas propostas. As ações foram tão baixas que os representantes do bancos usaram o adiantamento da PLR como uma espécie de “moeda de troca” com a categoria e conquistar a assinatura deste acordo indecente.

A proposta rebaixada dos bancos determina um reajuste salarial de 4,64% (INPC + 0,9%) em 2024 e de 0,6% (somado à inflação) em 2025. Segundo o Dieese, esse índice é menor do que o conquistado por 85% das categorias do País. A maioria dos trabalhadores obteve 1,54% de ganhos reais neste ano.

Este percentual (1,54%) já é irrisório, mas os bancos ofereceram um valor ainda menor (0,9%), apesar do lucro líquido de R$ 145 bilhões obtido em 2023. Ainda assim, a maioria das bases da categoria no País decidiu pela aprovação do ACT – sob incentivo da Contraf-CUT -, o que frustrou a continuidade da greve de bancários do BB.

Cláusula 17 rejeitada

Apesar de não resultar na conquista do índice almejado, a mobilização foi importante para reverter a Cláusula 17 do ACT, que tratava sobre desligamentos e/ou demissões imotivadas e impunha instabilidade aos trabalhadores. O termo foi amplamente rejeitado.

A participação ativa da base e da gerência média nos piquetes foi essencial para dar força ao movimento.

Outros pontos

A minuta apresentada pelo BB – e infelizmente aceita pela maioria da categoria – não atende a maioria das necessidades e reivindicações dos bancários. Leia abaixo algumas das mudanças:

• Elevação teto PLR: a partir da próxima PLR já valerá a nova regra, com limite a sete salários por ano. Pagamento será feito três dias úteis após a assinatura do acordo;
• Rede de negócios: revisão dos cargos de assistente de negócios, supervisor de atendimento e caixas. Serão abertas quatro mil vagas para nova função com jornada de 6 horas. O salário será maior que o dos caixas – que serão priorizados na concorrência. Para o cargo de 8 horas, serão criadas 2700 vagas. O salário será superior ao de supervisor de atendimento. Na rede de negócios, serão abertas 500 vagas de gerente de relacionamento;
• Rede de apoio: o BB irá aumentar o valor de referência dos cargos de assistente júnior e assistente pleno;
• Oriundos dos bancos incorporados: o BB se comprometeu a resolver as questões até 31 de julho de 2025. Reuniões trimestrais serão realizadas;
• Gratificação de caixa: o BB assumiu o compromisso de manter a gratificação de caixa até dezembro, para os agentes comerciais que já recebiam a verba. Durante este período, os caixas serão priorizados nas novas funções com salário maior que o atual. Aqueles que continuarem abrindo caixa seguem fazendo jus à gratificação. Os caixas com mais de 10 anos de função em 2017 terão a gratificação incorporada. Um programa de qualificação será disponibilizado;
• Pontuação por mérito: ampliação do número de faixas na tabela de pontuação por mérito, permitindo maior variação de pontos e possibilitando que os funcionários acumulem pontos e mudem de faixa mais rapidamente;
• Teletrabalho nos escritórios de negócios: BB diz que irá dobrar a quantidade de escritórios que realizam TRI. Pelo menos um escritório em cada estado irá fazer esse trabalho, a partir do final do ano;
• Plataforma Conexão: Segundo a proposta, todos que superarem seus indicadores de metas receberão uma premiação;
• Encarreiramento: o BB propõe reduzir o prazo para a concorrência para 12 meses na nomeação de diversas funções na rede de varejo. BB também irá retirar a trava 10% de claros para casos de ascensão;
• Localidades de difícil provimento: para incentivar a movimentação de funcionários para localidades de difícil provimento, o banco propõe um incentivo pecuniário por 12 meses, em valores crescentes;
• Aumento da verba de viagens: com uma revisão bianual dos valores;
• Desligamento: cláusula que cria regra clara contra demissão imotivada;
• Redução da jornada de trabalho para pais e responsáveis por dependentes PCDs: de 2 horas na jornada de trabalho para funcionários que cumprem 8 horas diárias e de 1 hora para aqueles com jornada de 6 horas;
• Banco de horas negativas Covid-19: anistia das horas para diversos grupos, como os funcionários com 60 anos ou mais; funcionários afastados por licença saúde; e pais de filhos PCD. Para os funcionários do grupo de risco, a anistia das horas dependerá de terem cumprido pelo menos 30% das horas até maio de 2025;
• Volta dos vigilantes: em todas as unidades de varejo, independente de ter numerário ou não;
• Criação do comitê de ética paritário: formado por dois eleitos pelos funcionários e dois indicados pelo banco.

Ascom/FNOB

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