Uma reportagem publicada pela revista brasileira Piauí revelou um dado preocupante do Brasil. Ela mostra que, dentre os maiores veículos do País dedicados exclusivamente ao noticiário econômico, ao menos cinco pertencem a algum banco ou corretora. A situação ilustra o tamanho domínio que as instituições financeiras exercem sobre a percepção da população a respeito do setor.
Segundo os dados obtidos pela revista e publicados em outubro de 2023, a liderança de audiência digital no setor, com média de 33,9 milhões de acessos mensais, pertence ao InfoMoney, da XP Investimentos, considerada uma das maiores corretoras de valores do País e que conta com participação minoritária do Itaú Unibanco, o maior banco privado do Brasil.
Em segundo lugar, está o site da revista Exame, de propriedade do BTG Pactual (banco de investimentos), que contabiliza cerca de 12,2 milhões de visitas mensais.
Em seguida, está o Money Times, pertencente à Empiricus, empresa de análise de investimentos controlada também pelo BTG, com média de 11,5 milhões de acessos por mês.
Já em quinto lugar, está o Seu Dinheiro, com 6,2 milhões de visitas, também de propriedade da Empiricus-BTG.
Além disso, a revista revela que a cada 10 notícias pesquisadas na internet sobre economia, 8 são entregues por veículos controlados por instituições financeiras.
Para a Frente Nacional de Oposição Bancária (FNOB), esses dados demonstram que não existe uma imprensa isenta no País. A maioria faz parte de grupos empresariais ligados a bancos, cujos interesses são diferentes do bem-estar do trabalhador brasileiro no geral.