O Banco Central (BC) divulgou na última quinta-feira, 6 de junho, o Relatório de Economia Bancária referente ao ano de 2023. O documento revela que os bancos brasileiros, juntos, lucraram aproximadamente R$ 144,2 bilhões somente no ano passado, valor 5% superior ao montante arrecadado em todo o ano de 2022.
Neste mesmo documento, o BC destaca que as despesas com instalações diminuíram sua representatividade, passando de 5,7% em 2021 para 5,1% em 2023, em decorrência do contexto de redução de estruturas físicas e maior digitalização no atendimento aos clientes.
Em contrapartida, as despesas administrativas cresceram 5,6% em comparação a 2023. “A elevação nas despesas com pessoal, sobretudo em razão dos acordos coletivos, foi a principal causa do aumento nas despesas administrativas”, avalia o BC.
Além dessas, “as despesas com serviços de terceiros e com processamento de dados e telecomunicações foram as linhas que mais aumentaram sua participação na composição das despesas administrativas ao longo dos últimos anos”.
“A rentabilidade bancária no Brasil está entre as mais elevadas, apesar do declínio observado nos últimos dois anos. […] Vale destacar também que a variabilidade do ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) no Brasil nos últimos anos foi menor que a maioria dos demais países, estando mais próxima de países como Estados Unidos e França”, informa o relatório.
Tais números são de extrema importância para conhecimento da categoria bancária, principalmente em ano de Campanha Salarial. Os dados revelam o que já é de conhecimento de todos: a realidade de trabalho precária vivida pelos bancários e bancárias de todo o País em nada tem a ver com falta de recursos para implementar melhorias.
Na verdade, o que se constata é a falta de respeito dos banqueiros com a dignidade dos trabalhadores, que enfrentam ambientes insalubres, cobranças de metas abusivas, pressão por resultados, excesso de trabalho, desvio de função, horas extras não pagas, cortes inadequados de salários, falta de estrutura, reajustes abusivos e unilaterais de taxas, problemas com os planos de saúde oferecidos e salários defasados.
Os bancários e bancárias de todo o Brasil merecem respeito! Nesta Campanha Salarial, a Frente Nacional de Oposição Bancária (FNOB) lutará por reposição salarial real – não apenas usando como base o índice de inflação -, além de batalhar para reaver os direitos dos trabalhadores que foram perdidos em acordos passados promovidos pela Contraf-CUT!