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BNB ainda não apresentou respostas às reivindicações dos bancários

Bancários da oposição protestam nesta quarta-feira, 14 de agosto. Foto: SEEB-RN

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Bancários e bancárias esperam que a direção do Banco do Nordeste (BNB) apresente em reunião, no próximo dia 26 de agosto, respostas às reivindicações apontadas pelos trabalhadores para o novo Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) desta Campanha Salarial 2024. A data-base da categoria é em 1 de setembro.

O movimento sindical terminou de comunicar o conteúdo da pauta na 5ª rodada de negociações com representantes do banco, realizada na última sexta-feira, 9 de agosto, em plataforma online. Depois, na 6ª reunião ocorrida em 16 de agosto, houve avanços quanto à cláusulas sociais e igualdade de oportunidades, mas ainda há a expectativa de uma proposta global que contemple as reivindicações dos bancários nas próximas mesas, marcadas para os dias 26 e 28 de agosto.

No encontro de 9 de agosto, foram debatidos temas como cláusulas econômicas, revisão do plano de funções, aumento da Participação em Lucros e Resultados (PLR), reavaliação da metodologia de reclassificação de agências e elevação dos valores das diárias a serviço.

Pauta entregue à Fenaban
Pauta do Banco do Nordeste (BNB)

→ PLR: prioridade

Em pesquisa nacional, os bancários indicaram que o aumento do PLR é prioridade da categoria. Para se ter ideia, o BNB divulgou que encerrou o primeiro trimestre de 2024 com lucro líquido de R$ 500,7 milhões, que corresponde a 99,6% do resultado líquido do mesmo período do ano passado.

Ou seja, fica claro que há margem para a valorização dos trabalhadores, excepcionais para que o banco alcance esse lucro.

De acordo com a Contraf-CUT, a diretoria do BNB afirmou já ter iniciado tratativas com a Secretaria de Controle de Empresas Estatais (Sest) para mudanças na PLR, e informou que as alterações dependem de autorização do Ministério da Fazenda.

A Frente Nacional de Oposição Bancária (FNOB), em sua pauta entregue à direção do banco, pediu ainda a isenção do pagamento de Imposto de Renda ou de qualquer outro imposto sobre a PLR, devendo estes valores serem ressarcidos ao bancário no caso de cobrança governamental.

→ Planos de funções e comissões

O atual plano de funções do BNB apresenta várias distorções e deve ser revisado pelo banco, para regularização. Algumas são:
• Funções com mesmo nome e atribuições, mas com salários diferentes;
• Funções do eixo técnico com jornadas de trabalho diferentes;
• Funções do eixo negocial classificadas no eixo técnico, mas sem os níveis característicos das funções do eixo técnico.
• Diferença salarial entre funções de direção geral e das demais unidades;
• Gerências médias quase iguais às de analista.

De acordo com a Contraf-CUT, o BNB reconheceu que há imperfeições no atual plano que devem ser analisadas.

O tema também é destaque na pauta da FNOB. Entendemos que as distorções existentes no atual plano devem ser corrigidas para garantir o tratamento igualitário entre funções com mesmo perfil e responsabilidade, e o processo de formulação de novo PCR deve ser reaberto.

Além disso, reivindicamos a elaboração de novo Plano de Funções em Comissões, que contemple a igualdade de valores para as comissões da direção geral de agências e demais unidades do banco, sem redução dos valores atualmente praticados.

→ Diárias a serviço e treinamento

Outro pedido é a revisão da metodologia de reajustes para cálculo das diárias a serviço ou treinamento, para que realmente cubram os custos dos bancários. Atualmente, as diárias estão defasadas.

Na reunião, o BNB anunciou que fará reajuste de 8,33% nas diárias. O índice, no entanto, ainda é insuficiente para suprir os gastos.

O BNB afirmou que analisará a questão.

→ Reclassificação de agências

Também deve ser revista a metodologia de reavaliação da classificação das agências do BNB. O movimento sindical afirma que os bancários se sentem punidos quando há rebaixamento da classe da unidade.

Representantes do banco público disseram que estão fazendo visitas, avaliações e realocando agências, mas vão estudar o tema.

→ Igualdade e diversidade

Em resposta à demanda do movimento sindical, o BNB anunciou que aplicará uma bonificação de 17% no quesito “experiência profissional” para mulheres bancárias, considerado um dos mais importantes na avaliação do Promova-se.

O objetivo da medida é atingir a paridade entre homens e mulheres em todas as concorrências.

A FNOB avalia que a medida é positiva. Falta, no entanto, esclarecer por quanto tempo a bonificação será paga e outros detalhes.

→ Outros pontos da pauta elaborada pela FNOB

• Dar posse a TODOS os aprovados no último concurso público, a fim de diminuir a defasagem no quadro de pessoal;
• O banco deverá se responsabilizar por pagar o deslocamento dos trabalhadores quando, por decreto, o transporte público estiver restringido; e contratará serviço particular quando não houver transporte intermunicipal para três ou mais funcionários, ou pagará passagem diretamente ao bancário quando houver menos que três pessoas;
• Suspensão imediata dos mecanismos de produtividade com ranking individual nas centrais de crédito e em todas as unidades do BNB;
• Aplicação de jornada de 5 horas e 25 minutos por dia, com 15 minutos de intervalo, sem redução salarial;
• Funcionamento das agências das 9h às 17h, sem expediente aos sábados, domingos e feriados, e à noite;
• Garantia de que 20% dos trabalhadores da agência possam trabalhar em home office;
• Disponibilização de funcionários suficientes para que o tempo de espera do cliente seja de, no máximo, 15 minutos;
• Casos de assédio sexual deverão ser denunciados e protocolados pelo superior hierárquico do assediador;
• Pais e responsáveis de pessoas com deficiência, inclusive TDAH, terão liberação – sem limite de idade – em caso de internação;
• Redução de duas horas na jornada de pais e responsáveis de pessoas com deficiência ou TDAH.

Ascom/FNOB

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