Na terça-feira (13), o Valor Econômico noticiou que “os indicadores compostos avançados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para março apontam ‘abrandamento do crescimento’ no Brasil” — que “é a única grande economia que aparece com desaceleração, enquanto em todas as outras a situação varia entre ‘crescimento constante’ ou ‘aumento da expansão’.”
Os indicadores para o Brasil tiveram uma queda de 0,32 ponto em março, na comparação com o mês anterior. Foi a única nota que diminuiu entre as maiores economias monitoradas pela OCDE. A pontuação brasileira era de 103,6 em janeiro, de 103,5 em fevereiro e, agora, de 103,1.
De acordo com a reportagem, “os indicadores continuam a aumentar a um ritmo constante nos EUA”, “no Japão, Canadá e na zona do euro como um todo, particularmente na Alemanha e Itália, os indicadores também apontam agora para um aumento constante”, e “na França, e agora no Reino Unido, a sinalização é de crescimento estável”.
Ainda segundo o jornal, “entre as principais economias emergentes, os indicadores para Índia, Rússia e para o setor manufatureiro da China também apontam expansão a um ritmo constante, ‘mas, no Brasil, apontam para um abrandamento do crescimento’.”
Os indicadores
A reportagem explica que “o sistema de indicadores compostos avançados da OCDE é concebido para sinalizar com antecedência os pontos de virada do ciclo econômico — flutuações de produção ou da atividade econômica em relação ao seu potencial de longo prazo”.
Esse sistema faz uso de quatro rótulos para definir as fases cíclicas: “expansão” (quando o indicador aumenta e fica acima de 100), “inflexão” (o indicador diminui, mas continua acima de 100), “desaceleração” (o indicador diminui e fica abaixo de 100), e “retomada” (o indicador aumenta, mas ainda fica abaixo de 100).
A OCDE, no entanto, “reitera que os indicadores devem ser interpretados com cuidado, pois as medidas de fechamento provocadas pelo covid-19 e o progresso das campanhas de vacinação provavelmente gerarão flutuações maiores do que o normal nos componentes”.
Aumento da miséria
Nessa semana também foi divulgado o resultado de um estudo do grupo “Alimento para Justiça” — da Universidade Livre de Berlim, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade de Brasília (UnB) — revelando que 125 milhões de brasileiros sofreram alguma insegurança alimentar ao longo da pandemia. Isso quer dizer que 59,4% dos brasileiros não sabiam se teriam comida no prato no dia seguinte em algum momento dos últimos 13 meses.
Além desse dado assustador, ainda há o levantamento feito pela Fundação Getulio Vargas (FGV), divulgado neste mês, revelando que o número de cidadãos que vivem abaixo da linha da pobreza triplicou nesse período, e atinge cerca de 27 milhões de pessoas, ou 12,8% da população brasileira.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região (ligado à FNOB), o aumento da fome e da miséria no Brasil é resultado da política de Jair Bolsonaro, que não comprou vacinas quando teve oportunidade e demorou para voltar a pagar o auxílio emergencial — e agora que voltou, está pagando um valor muito inferior, insuficiente para atender às necessidades mais básicas da população.
PELO LOCKDOWN, POR UM AUXÍLIO DIGNO E PELA VACINA! FORA BOLSONARO E MOURÃO!