A Caixa Econômica Federal (CEF) apresentou, na última quarta-feira, 14 de agosto, algumas respostas às reivindicações dos bancários desta Campanha Salarial 2024, mas vários temas importantes ainda permanecem em aberto. A data-base da categoria é 1 de setembro.
A Frente Nacional de Oposição Bancária (FNOB) não participa diretamente das negociações, mas acompanha os desdobramentos e se mobiliza em nível nacional para que nenhum direito seja retirado dos trabalhadores.
→ Saúde
Segundo divulgou a Contraf-CUT, no encontro mais recente foi discutido o investimento no Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), com campanhas para promover a saúde e qualidade de vida dos trabalhadores, além da participação dos funcionários por meio do GT de Saúde do Trabalhador, do GT de Condições de Trabalho e da reativação dos Fóruns Regionais de Condições de Trabalho.
Este último será usado para apresentar problemas e buscar soluções, sem acionar a matriz.
A CEF alegou que está revisando seu PCMSO e reestruturando as equipes de Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), e que está aberta a discutir com o movimento sindical sobre reformulação do PCMSO e programas de prevenção.
→ Saúde Caixa
A Caixa afirmou que mudará o estatuto do Saúde Caixa, para definir que sua diretoria e vice-diretoria deverão ser compostos 30% por mulheres. O movimento sindical aproveitou a alteração para pedir a retirada do teto de gastos com saúde dos empregados.
→ Igualdade de oportunidades
Além da inclusão da cota mínima de mulheres nos cargos altos no Saúde Caixa, a CEF afirmou que incluirá no ACT a regulamentação sobre as comissões regionais de diversidade, para garantir a participação de entidades sindicais de forma representativa. Segundo o banco, falta apenas definir a redação da cláusula.
Sobre a chefia das agências, o banco alegou que o objetivo é que elas sejam compostas por 45% de mulheres e 27% de pessoas pretas, pardas ou indígenas até 2028.
→ Horas para estudo
O movimento sindical lembrou que a cláusula 59 do atual ACT define que os empregados possuem 6 horas mensais para estudos à distância (EaD), dentro do expediente. Porém, com a sobrecarga de trabalho, os bancários não têm condições de usufruir dessas horas.
Segundo a Contraf-CUT, a Caixa aceitou debater mudanças na cláusula.
→ Metas e jornada
Foi debatido o uso abusivo de ferramentas como o Microsoft Teams e WhatsApp para acessar os funcionários da CEF em seus celulares particulares e fora do horário de expediente. Inclusive, para cobrança de metas. O movimento sindical defende a inclusão de regras que proíbam o uso abusivo das plataformas, principalmente após o horário de expediente.
Além disso, foi pedida a proibição do aumento das metas já estabelecidas para um período – que geralmente acontece sem aviso prévio – e que, em caso de não cumprimento de meta sazonal, não haja prejuízo à carreira do bancário.
→ Desconexão
Em resposta às reivindicações do movimento sindical, a Caixa alegou estudar mecanismos para garantir respeito à desconexão e à jornada de trabalho dos funcionários, e sugeriu que a proposta seja debatida na próxima mesa de negociações, que deve ocorrer em 21 ou 22 de agosto.
→ Home office
Também falta definir os critérios sobre o home office que serão incluídos no ACT: público-alvo, prioridades, critérios, se será permanente ou rotativa, estrutura para trabalho, ajuda de custo, e que o teletrabalho deixe de ser moeda de troca nas mãos dos gestores, seja como prêmio ou castigo dos funcionários.
→ Taxas e isenções
O movimento sindical reivindica que os bancários da CEF obtenham isenção anual de todos os cartões – e não de somente dois, como aponta o atual ACT.
Pede, ainda, que os juros do cheque especial dos funcionários seja calculado na menor taxa oferecida pelo banco, já que atualmente alguns clientes possuem mais desconto que os próprios bancários, além da isenção de tarifas de serviços para todos os empregados.
→ Sequestro
Outra alteração seria em casos de sequestro de funcionários. Os representantes dos bancários entendem que, em caso de sequestro visando patrimônio do banco, a Caixa deveria custear todas as assistências (médica, psicológica e jurídica) do trabalhador, seus dependentes e das outras pessoas presentes e afetadas pelo crime.
A próxima reunião entre o movimento sindical e representantes da CEF ocorrerá no dia 21 ou 22 de agosto.