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Caos no setor elétrico comprova ineficácia de privatizações e terceirizações

Passados 5 dias da tempestade em São Paulo, 90 mil imóveis ainda estão no escuro

16/10/2024

Crédito: Reprodução/Redes Sociais

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Nesta quarta-feira (16), cerca de 90 mil imóveis seguiam sem energia elétrica em São Paulo, em razão do apagão que teve início no dia 11, após temporal na capital e região metropolitana. De acordo com a Enel, responsável pelo fornecimento de energia elétrica, mesmo passados 5 dias do início do problema, não há previsão para que a luz volte.

Para a Frente Nacional de Oposição Bancária (FNOB), o caos paulista tem seus culpados: a privatização e a terceirização. O processo de desestatização do setor no estado começou durante a gestão do então governador Mário Covas. Em 1998, a Eletropaulo – até então empresa estatal –  foi dividida em outras 4 empresas, com o intuito de melhorar a infraestrutura de distribuição de energia.

Vinte anos depois, em 2018, foi comprada pelo Grupo Enel, responsável por 70% da distribuição de energia elétrica em território paulista. Desde então, a população da capital paulista, ABC e toda a região metropolitana sofreu uma série de apagões causados pelo descaso da Enel.

A concessionária deixou de investir R$ 601,6 milhões em infraestrutura nas cidades atendidas no estado entre 2020 e 2022, de acordo com o Ministério Público do Trabalho. No total, estavam previstos R$ 2.981.594.000 em investimentos somados os anos de 2020, 2021 e 2022. No entanto, a Enel SP gastou R$ 2.379.946.000 nesse período.

Em meio a queda de investimentos e na contramão do aumento de consumidores – que chegou a 7,9 milhões no final do ano passado – a empresa reduziu o quadro de funcionários em 51,55% nos últimos cinco anos, o que corresponde a uma diminuição de aproximadamente 4 mil postos de trabalho.

Precarização

Para reduzir despesas de pessoal, funcionários de empresas terceirizadas substituíram parte desses trabalhadores que foram desligados. Com baixos salários e metas de 30 cortes de energia por dia, os terceirizados sofrem diariamente agressões e até mesmo ameaças por clientes que deixaram de realizar o pagamento da energia. A precariedade do trabalho, somada à falta de segurança, inclusive, resultou no assassinato de um trabalhador, no último domingo (13).

A FNOB repudia veemente a má-gestão, irresponsabilidade, negligência e passividade da ENEL, assim como do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). Entregar patrimônios públicos nas mãos da iniciativa privada resultam em casos como esse. Por isso, a luta contra a privatização e terceirização jamais deve se apagar!

 

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