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Caso Pedro Guimarães: CEF paga R$ 14 milhões em acordos na esfera trabalhista

19/09/2024

Bancos: Caixa Econômica Federal

Em 2022, o SEEB-Bauru protestou contra abusos de Pedro Guimarães, então presidente da Caixa. Foto: SEEB-Bauru

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A Caixa Econômica Federal (CEF) foi condenada em ao menos quatro processos que envolvem os casos de assédio sexual e moral praticados por Pedro Guimarães, ex-presidente do banco, que atuou de 2019 a 2022. Na esfera trabalhista, dois acordos já foram assinados. Somados, eles chegam a R$ 14 milhões.

De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, o banco deve desembolsar um valor ainda maior em um processo movido pela viúva de um ex-diretor de Controles Internos e Integridade, que cometeu suicídio na sede da Caixa, em Brasília, em julho de 2022, em meio a repercussão do caso.

Segundo relatos de autoridades em anonimato, a CEF foi condenada a indenizar a viúva por danos morais. O valor da condenação é o maior da história na área trabalhista.

O jornal apurou que, inicialmente, a defesa da esposa pediu à Caixa indenização no valor de R$ 40 milhões, com o argumento de que o suicídio do ex-diretor deveria ser enquadrado como acidente de trabalho.

No ano passado, a CEF já havia fechado acordo judicial de R$ 10 milhões para encerrar a investigação do Ministério Público do Trabalho (MPT) sobre os casos de assédio sexual e moral.

Neste ano, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) foi assinado com o órgão após ser comprovado que empregados que chegaram no topo da carreira foram perseguidos e rebaixados de função pela gestão de Guimarães.

Condenações

Veja abaixo as condenações da Caixa, até o momento:

  • Assédio moral: R$ 400 mil em processo ajuizado pela Federação Nacional das Associações dos Gestores da Caixa Econômica Federal (Fenag) em 2020 – ou seja, antes da repercussão dos casos, no entanto, Guimarães já estava na presidência do banco público;
  • Coação de funcionários a fazerem flexões: R$ 3,5 milhões em processo movido pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo;
  • Funcionário que foi obrigado por Guimarães a comer pimenta: R$ 52 mil de indenização por danos morais.

Apesar dessas condenações, as mulheres que denunciaram Guimarães por assédio moral e importunação sexual ainda não foram convocadas nem para a audiência inicial – primeira etapa do processo trabalhista.

A Frente Nacional de Oposição Bancária (FNOB) espera que a Caixa faça Pedro Guimarães ressarcir os valores dessas indenizações. Além disso, é imprescindível que ele seja punido criminalmente pelos abusos cometidos contra as trabalhadoras. A impunidade em casos como esse só perpetua a cultura de assédio, que deve ser banida em todos os ambientes de trabalho.

Apoio emocional

O Centro de Valorização da Vida (CVV) é um serviço voluntário gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo e anonimato. O atendimento pode ser realizado via telefone, através do número 188 (24 horas e sem custo de ligação), por chat (clique aqui), e-mail (aqui) e pessoalmente (confira os endereços).

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