De acordo com um estudo feito pela consultoria alemã Roland Berger — divulgado pelo Estadão/Broadcast na última sexta-feira (12) —, os cinco maiores bancos brasileiros (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú, Bradesco e Santander) precisam enxugar 30% de sua rede de agências físicas em no máximo dois anos, se quiserem manter sua rentabilidade.
Segundo a reportagem, “isso significa fechar as portas de cerca de 5 mil unidades de alvenaria, de um total de 16.704” — somadas as unidades das cinco instituições financeiras já mencionadas.
Para o presidente da consultoria, António Bernardo, o fechamento de agências resulta da pressão por corte de custos e eficiência diante do “novo normal” do sistema financeiro. Ele já achava isso necessário antes da pandemia, por causa da multiplicação de fintechs, mas agora vê ainda mais necessidade nesse movimento.
Relacionamento com clientes
Bernardo acha, ainda, que a busca por eficiência no universo bancário não deve consistir em apenas cortar custos e despesas, mas também em promover uma “reestruturação completa da dinâmica do relacionamento com os clientes”.
Disse ele ao Estadão/Broadcast: “A pandemia mudou muito o comportamento de compra dos clientes. Na realidade, o que a gente vê são clientes muito mais digitais. Os bancos, especialmente os grandes, têm de fazer em seis meses o que pensavam em 6 anos.”
A reportagem lembra que, de fato, “os bancos já têm capitaneado uma repaginação de suas agências no País, em um processo que vai da redução de algumas unidades à especialização de outras, com foco em segmentos específicos”. Mas, para o executivo da consultoria, esse movimento ainda é muito lento.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, ligado à FNOB, este grave momento de pandemia não é o momento para falar sobre fechamento de agencias no Brasil, já que isso resultaria em mais desemprego para os bancários e piora no atendimento, além de aglomeração, para os clientes e usuários.