Daniel Maria, diretor de relações com investidores do Banco do Brasil, afirmou ao jornal Valor Econômico que o reajuste salarial da categoria, de quase 10%, irá impactar o resultado do banco nos últimos meses de 2021 e, principalmente, no ano que vem.
“Isso traz um desafio muito maior, porque 60% do nosso custo é folha, então vamos ter de trabalhar para cortar em outros lugares”, afirmou o diretor do BB.
Sobre o tema, o vice-presidente de gestão financeira do Banco do Brasil, José Forni, afirmou que a inflação maior no primeiro semestre – que eleva o reajuste nos salários – prejudicou o planejamento de despesas do banco. “Se não tivesse esse contexto de inflação tão acentuada, estaríamos performando abaixo do guidance e ele poderia até ter sido revisado para baixo”, declara.
Guidance é o conjunto de estimativas e informações que uma empresa fornece sobre si mesma para o mercado. No primeiro semestre, as despesas do BB caíram 0,2%, sendo que o guidance para 2021 é de queda de 1,5% a alta de 1,5%.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região (ligado à FNOB) o impacto do resultado do BB após o reajuste da categoria é mínimo, diante do lucro de R$ 5,039 bilhões, com alta de 2,6% no trimestre e 52,2% em 12 meses, conquistado pelo banco às custas dos trabalhadores.
Vale lembrar que por conta do acordo de dois anos aprovado em setembro de 2020 – o qual o Sindicato foi contra – está garantido para este ano aos bancários o INPC mais 0,5% e todas as cláusulas já existentes da atual Convenção Coletiva da categoria.