A Frente Nacional de Oposição Bancária (FNOB), por meio dos Sindicatos dos Bancários de Bauru, do Maranhão (SEEB-MA) e do Rio Grande do Norte (SEEB-RN), cobra do Governo Federal e da Caixa Econômica Federal (CEF) condições dignas de trabalho para os funcionários de atendimento ao público nas agências da CEF do País. O caos se instalou em várias unidades na última semana, devido ao período de pagamento dos benefícios sociais. A situação foi agravada pelo lançamento do “Pé-de-Meia”, auxílio destinado a estudantes.
Filas intermináveis, horas de espera, excesso de trabalho e crescente demanda são apenas algumas das agonias enfrentadas todos os dias pelos funcionários. Essa pressão coloca ainda mais em risco a saúde física e mental dos trabalhadores.
O SEEB-RN protestou, na última sexta-feira, 5 de abril, contra a desorganização e descaso dos gestores do banco em frente às agências Parque das Colinas (Superintendência da Caixa, em Natal) e Goianinha (RN).
“Tomamos conhecimento de que na agência de Parelhas (RN), recentemente, o atendimento foi encerrado por volta das 21h. Está na lei: nenhum trabalhador pode fazer mais do que duas horas extras por dia. Alguns estão fazendo cinco horas extras por dia. Isso é um absurdo”, enfatiza Eduardo Xavier, coordenador-geral do SEEB-RN.
Em breve, a realidade das agências poderá ficar ainda mais grave em razão do Programa de Demissão Voluntária (PDV) recentemente lançado pela Caixa, que diminuirá mais o quadro de funcionários no Estado, possivelmente em locais onde vivem muitas pessoas carentes que dependem dos programas do governo.
Incompetência
Mais uma vez, a Caixa mostra sua incompetência em não se preparar para a demanda de seus próprios programas. A falta de estrutura nas agências – já inadequadas para lidar com o movimento habitual – e a ineficácia do aplicativo Caixa Tem são alguns dos fatores que colaboram para as longas filas em torno das agências e a sobrecarga de trabalho. O aplicativo deveria ajudar, porém falha constantemente e força os clientes a procurarem atendimento presencial.
“O Caixa Tem foi lançado há 4 anos, mas não atende às necessidades dos clientes. Além disso, é necessário separar dias específicos para o recebimento de cada benefício, a fim de diminuir o fluxo de pessoas nas unidades. Em suma, falta planejamento por parte do Governo e do banco, o que acaba colocando os bancários e a população em uma situação degradante”, afirma Enock Bezerra, diretor do SEEB-MA.
A FNOB permanece vigilante e exige ações concretas por parte do governo e da Caixa, pois a população e os funcionários não podem ser os únicos a pagar o preço sempre que um novo programa social é lançado. É preciso resolver urgentemente os problemas técnicos do aplicativo Caixa Tem e aumentar o número de funcionários nas agências. Os bancários merecem respeito e condições de trabalho decentes!