Milhares de brasileiros acompanharam no dia 17 de janeiro, pelos canais de televisão e redes sociais, a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ao uso emergencial das vacinas Coronavac e da Universidade de Oxford contra a Covid-19 e, minutos depois, a aplicação da primeira dose da CoronaVac, em uma enfermeira de São Paulo.
A reunião da Anvisa que discutiu o tema durou cerca de 5 horas e ao proclamar o resultado, o diretor-presidente, Antônio Barra Torres, afirmou com veemência a importância da população confiar na eficácia das vacinas e aderirem à imunização.
Um ponto de grande importância na reunião, foi quando Meiruze Freitas, relatora dos pedidos, destacou que o Brasil responde por 10% das mortes registradas no mundo por Covid-19 e lembrou que não há alternativa terapêutica para combater a doença.
“Até o momento não contamos com alternativa terapêutica aprovada para prevenir ou tratar a doença causada pelo novo coronavírus. Assim, compete a cada um de nós, instituições públicas e privadas, sociedade civil e organizada, cidadão, cada um na sua esfera de atuação tomarmos todas as medidas ao nosso alcance para no menor tempo possível diminuir o impacto sobre a vida do nosso país”, destacou a relatora.
Após a aprovação da agência reguladora, a enfermeira Mônica Calazans, de anos 54, moradora de Itaquera, na Zona Leste da capital paulista, se tornou a primeira pessoa a ser vacinada contra a Covid-19 no Brasil. Mônica faz parte do grupo de risco para a doença, atua na linha de frente contra Covid-19 no Instituto de Infectologia Emílio Ribas e foi voluntária da terceira fase dos testes clínicos da CoronaVac realizados no país – a enfermeira recebeu placebo.
Logo após a imunização de Mônica, foi a vez da indígena, técnica de enfermagem e assistente social, Vanusa Kaimbé, de 50 anos, receber a vacina.
“Essa vacina veio para nos salvar e nos dar vida. Se vacinar é um ato de amor, é um ato de esperança. Eu preservo os ensinamentos dos meus parentes, da minha ancestralidade. Mas só a minha crença e a minha ancestralidade não são suficientes para combater esse vírus. Por isso digo ao meu povo e aos meus parentes: vacinem-se. A vacina é esperança de dias melhores também para as aldeias e povos indígenas do país”, declarou.
No total, segundo informou o governo do estado, 112 profissionais de saúde foram vacinados no mesmo dia.
O governador de São Paulo disse, em coletiva de imprensa no Hospital das Clínicas, que a vacinação no estado começa a partir de domingo (17) em hospitais de referência e nas populações indígenas. Doria destacou que a partir de hoje (18), “entra em operação o plano logístico de distribuição de doses, seringas e agulhas”, para a vacinação de profissionais de saúde em seis hospitais de referência: HCs da Capital e de Ribeirão Preto (USP), HC da Campinas (Unicamp), HC de Botucatu (Unesp), HC de Marília (Famema) e Hospital de Base de São José do Rio Preto (Funfarme).
Desgoverno
Após o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, sofrer pressão dos governadores, que pediram para antecipar o início da aplicação das doses – inicialmente previsto para quarta-feira (20) -, foi anunciado que a vacinação contra a Covid-19 será iniciada no dia 18, a partir das 17h em todo o país.
Em cerimônia em São Paulo, Pazuello deu início à distribuição das doses pelo país no início da manhã. Das 6 milhões de doses, 4.636.936 serão enviadas pelo governo federal aos estados brasileiros. As outras 1.357.640 serão distribuídas pelo estado de SP.
O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, ligado à FNOB, parabeniza todos os pesquisadores, voluntários e o Instituto Butanta pelo desenvolvimento da vacina CoronaVac, e o governo do estado de São Paulo, pelo início da vacinação no país.
Se os brasileiros fossem depender do presidente Bolsonaro e de seu ministro Pazuello – negligentes, irresponsáveis e negativistas -, a vacinação seria ainda mais postergada, a disseminação do coronavírus continuaria se estendendo desenfreadamente por todas as regiões do Brasil e mais vidas seriam perdidas pela doença e inércia do governo.
Após tanto desdenhar e criticar a Coronavac, Bolsonaro sequer conseguiu comprar outra vacina e terá que iniciar a vacinação nacional com a desenvolvida pelo Instituto Butantan e a farmacêutica chinesa Sinovac.
O Sindicato espera que todos os bancários tenham consciência da importância de se vacinarem contra a Covid-19 e ressalta que aguarda resposta à solicitação da inclusão da categoria no grupo de prioritários a ser vacinado na fase 1 do Plano Estadual de Imunização.