Com os três maiores bancos privados tendo divulgado seus balanços relativos ao ano passado, o que se vê é um cenário de desolação: Itaú, Bradesco e Santander fecharam, juntos, 12.510 postos de trabalho e 1.375 agências.
Os números viraram tema de reportagem da Folha de S.Paulo, publicada no dia 4. De acordo com o jornal, o enxugamento dos quadros de funcionários e de agências decorre da maior adesão dos brasileiros aos canais digitais.
O Bradesco foi, com folgada margem, o mais brutal nos cortes: fechou 7.754 postos de trabalho e 1.083 agências, apesar de ter aberto 517 postos de atendimento. Já o Santander fechou 3.220 postos de trabalho, 175 agências e 161 PABs, e o Itaú fechou 1.536 postos de trabalho, 117 agências e 15 PABs.
Situação ainda vai piorar
Segundo a Folha, o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, “sinalizou que estima fechar mais 450 agências em 2021”, e Sérgio Rial, presidente do Santander Brasil, afirmou que “até o final de 2022, esperamos que a atividade operacional das nossas lojas [agências] seja próxima de zero”. Somente o novo presidente do Itaú, Milton Maluhy Filho, disse que “não tem planos de reduzir ainda mais a sua estrutura física”.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, ligado à FNOB, é a ganância de controladores e investidores que explica a demissão em massa de trabalhadores. Lucrando dezenas de bilhões de reais todos os anos, os bancos poderiam preservar o emprego de todos esses brasileiros. Enquanto o número de clientes só cresce, os bancários ficam cada vez mais sobrecarregados e adoecidos, principalmente por causa da cobrança de metas, que também nunca diminuem.
É revoltante!
(Na foto, agência que o Bradesco fechou em Bauru em junho do ano passado.)