Nessa quarta-feira (12), a Caixa Econômica Federal anunciou lucro líquido contábil de R$ 4,584 bilhões no primeiro trimestre, 50,3% maior que o obtido no mesmo período do ano passado.
Apesar do excelente resultado, o banco reduziu brutalmente o número de colaboradores, com ênfase nos estagiários e aprendizes, que eram 9.282 ao fim de março de 2020 e, um ano depois, eram 5.081 — 4.201 a menos.
Quanto aos empregados, eles eram 84.819 em março do ano passado e, passados 12 meses, eram 81.876 — ou seja: a Caixa eliminou 2.943 postos de trabalho.
A quantidade de agências e postos de atendimento permaneceu praticamente estável em 12 meses: a de agências ficou exatamente igual (3.372), e a de PAs passou de 752 para 788.
Embora o índice de inadimplência superior a 90 dias tenha caído 1,1 p.p. em 12 meses, para 2,04%, as despesas de provisão para devedores duvidosos somaram R$ 2,545 bilhões, número 26,5% maior em comparação com o do primeiro trimestre de 2020.
Pressão e falta de reconhecimento
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região (ligado à FNOB), o lucro só aumentou nesse volume devido à pressão implementada pela Caixa, mesmo diante de uma pandemia, mesmo com o pagamento do auxílio emergencial e mesmo com a redução de funcionários. Hoje, a Caixa trata a atividade bancária como os bancos privados, com foco nos lucros, em vez de priorizar as funções sociais.
Apesar de toda a pressão e do volume de trabalho, os bancários da Caixa não estão sendo valorizados como deveriam. Recentemente, por exemplo, foram surpreendidos ao receberem uma PLR Social reduzida: em vez de distribuir 4% do lucro líquido linearmente entre todos, o banco distribuiu apenas 3%. Foi a primeira vez que isso aconteceu, desde a criação da PLR Social. Vergonha!