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Lucro de quase R$ 100 bilhões dos maiores bancos do país não impediu a extinção de mais de 11 mil postos de trabalho durante pandemia

18/10/2021

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Todos os números mostram: o cenário da economia brasileira é catastrófico. Segundo os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) o país atingiu 14 milhões de trabalhadores desocupados. A pesquisa também aponta quase 32 milhões de trabalhadores subutilizados, pessoas em ocupações precarizadas, aquelas que não completam nem uma jornada de trabalho.

Já a inflação, de acordo como INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), supera dois dígitos em 12 meses e chega em 10,42%. A defasagem do poder de compra do salário mínimo também é nítida para qualquer leigo em economia.

Do outro lado da moeda, o setor mais rentável do Brasil acumula nova alta de 11,7% em seus lucros, medidos entre julho do ano passado e junho de 2021. Juntos, os cinco maiores bancos do país, somaram R$ 99,5 bilhões de lucro nesse período. Na comparação entre as despesas administrativas de 2019 e 2020, a pandemia ajudou Bradesco, Santander, Itaú, Banco do Brasil e Caixa a economizarem, no mínimo, R$ 766 milhões com despesas administrativas (como água, luz, gás, vigilância, transporte, viagens, conservação de bens, etc).

O problema é que toda essa vantagem não impediu que a extinção de postos de trabalho da categoria bancária tivesse fim. Um levantamento feito com base nos dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), entre março de 2020 e agosto de 2021, mostra que foram eliminadas quase 11 mil vagas no setor. O quadro só não foi pior porque a Justiça determinou a contratação de 4,5 mil trabalhadores aprovados no concurso da Caixa em 2014.

Para a FNOB esse novo recorde de lucratividade dos cinco maiores bancos brasileiros é uma afronta ao difícil momento econômico que a maioria dos trabalhadores brasileiros está passando. Esses números mostram que é preciso seguir lutando por reajustes salariais, plano de saúde, pagamento de horas extras, fim do assédio e tantas outras reivindicações urgentes.

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