Na tarde dessa terça-feira (4), o Bradesco anunciou que teve lucro líquido contábil de R$ 6,153 bilhões no primeiro trimestre, 81,9% maior que o do mesmo período de 2020. O lucro líquido recorrente, que não leva em conta eventos extraordinários, foi de R$ 6,515 bilhões, 73,6% maior.
O resultado foi impulsionado, principalmente, pela redução de 41,8% na despesa de provisão para devedores duvidosos (PDD), que foi de R$ 3,9 bilhões nos primeiros três meses deste ano — no mesmo período de 2020, essa despesa foi de R$ 6,708 bilhões.
O índice de inadimplência superior a 90 dias encerrou o trimestre em 2,5%, tendo diminuído 1,2 p.p. em relação a março do ano passado.
Brutal corte de empregos
Mas, se os números são bons para o banco, mostram-se péssimos para os empregados. Enquanto a clientela cresce, o Bradesco corta postos de trabalho: tinha 97.234 funcionários ao fim de março de 2020 e 88.687 passados 12 meses. Ou seja: o banco eliminou 8.547 empregos em apenas um ano! Somente no primeiro trimestre foram fechados 888 postos de trabalho.
Isso sem contar o número de “contratados e estagiários”, que eram 14.589 e passaram a 13.490 — um corte de 1.099 vagas.
Em 12 meses, o número de agências do Bradesco também diminuiu, caindo de 4.400 para 3.312 (1.088 a menos). Já o número de PABs subiu de 4.988 para 5.475 (487 a mais).
Há um bom tempo o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região (ligado à FNOB) vem denunciando o Bradesco como o campeão absoluto em demissões. Não tem pra ninguém! Os seus rivais privados, Itaú e Santander, fecharam, juntos, metade dos empregos fechados pelo Bradesco — o Itaú dispensou 1,9 mil bancários e o Santander, perto de 2,4 mil.
Apesar de ser um dos bancos a ter assumido publicamente o compromisso de não demitir durante a pandemia, o Bradesco demitiu mais de duas dezenas de trabalhadores na região de Bauru. Vergonha!