O banco Mercantil do Brasil anunciou na última quarta-feira, 7 de agosto, que obteve o maior resultado trimestral da sua história ao alcançar um lucro líquido de aproximadamente R$ 181 milhões entre abril e junho de 2024. Isso, porém, às custas da saúde mental dos seus funcionários, cada vez mais sobrecarregados e sob forte pressão para bater metas altíssimas.
Segundo publicação divulgada pela própria instituição financeira, o índice marca o sétimo recorde consecutivo do banco, que registra, agora, um crescimento anual de 80%. No primeiro trimestre de 2023, o lucro líquido foi de R$ 165,1 milhões. Veja abaixo alguns números:
- – A carteira de crédito do Mercantil chegou a R$ 15,5 bilhões – aumento de 22% em relação ao mesmo trimestre do ano passado -, após foco em ações para promover adesão ao crédito consignado e o saque-aniversário FGTS;
- A taxa de inadimplência dos clientes é uma das menores do mercado: apenas 2,0%;
- Na comparação destes mesmos períodos, o banco obteve um crescimento de 18,3% no número de clientes, com 8,5 milhões de usuários atualmente;
- Quanto às métricas de rentabilidade, a instituição apresentou Retorno Sobre o Patrimônio Líquido Médio (ROAE) de 37,6% no segundo trimestre de 2024 – o que representa uma elevação de 16,4% em relação ao mesmo intervalo de 2023.
De acordo com análise do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) sobre esses números, os valores arrecadados pelo Mercantil no primeiro semestre de 2024 somente com receitas secundárias, como prestação de serviços e tarifas bancárias, já seria suficiente para pagar as despesas com o quadro de funcionários – e ainda sobraria dinheiro. O órgão afirma que essas receitas totalizaram R$ 334,3 milhões no primeiro semestre.
Ainda segundo o Dieese, o banco finalizou o segundo trimestre de 2024 com 3.392 funcionários e estagiários, e criou 159 postos de trabalho em 12 meses.
Essas novas vagas, no entanto, não são suficientes para tirar a sobrecarga dos funcionários que trabalham nas agências do Mercantil, que são cobrados para bater metas cada vez mais altas.
Além disso, amargam a insegurança de conviver com a grande rotatividade de funcionários, a falta de perspectiva de crescimento dentro da empresa e a insegurança, já que o banco vem retirando os vigilantes dos postos de atendimento.
Assim, o Mercantil lucra às custas da saúde do trabalhador, e dos juros e tarifas exorbitantes que cobra dos clientes.
A Frente Nacional de Oposição Bancária (FNOB) luta, principalmente nesta Campanha Salarial 2024, pelo fim da política de metas abusivas, pela contratação de mais funcionários para acabar com a sobrecarga de trabalho, pela redução da carga horária e a reposição salarial real, não usando apenas o índice de inflação como base.
Mercantil, os bancários e clientes merecem respeito e dignidade!