No dia 25, dia em que o Brasil registrou 1.582 novas mortes por covid-19 — o número mais alto desde o início da pandemia —, o presidente Jair Bolsonaro, em sua live semanal, questionou o uso de máscaras e o isolamento social, medidas que são comprovadamente eficazes para conter a disseminação da doença.
Ele mencionou um estudo feito por uma universidade alemã, sem dizer qual, que afirma que as máscaras são “prejudiciais” às crianças, causando, por exemplo, irritabilidade, dor de cabeça, dificuldade de concentração, vertigem e fadiga.
Uma reportagem publicada ontem pelo UOL informa que, “apesar dos questionamentos de Bolsonaro, o uso de máscaras só não é recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e pela Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) para crianças abaixo de 5 anos”, e que “a SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) só não indica o uso da proteção para menores de 2 anos, por risco de sufocamento”.
A OMS e a Unicef dividem suas recomendações por faixas etárias, da seguinte forma:
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Até 5 anos, a indicação é para não usar máscara;
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De 6 a 11 anos, pais e/ou responsáveis devem analisar os riscos para avaliar a necessidade. Se a criança vai à escola, por exemplo, é fundamental que use a proteção;
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A partir de 12 anos, as recomendações são iguais às dos adultos. A única exceção são as crianças com condições específicas — como algum tipo de deficiência intelectual —, e também caberá aos familiares e pessoas próximas avaliar a situação.
Em seguida, Bolsonaro finalizou: “Eu não vou entrar em detalhe porque tudo desaba em crítica em cima de mim, né? Eu tenho minha opinião sobre máscara e cada um tem a sua, mas a gente aguarda um estudo mais aprofundado sobre isso por parte de pessoas competentes”.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, ligado à FNOB, o presidente usa um estudo sobre o uso de máscaras por crianças para justificar seu negacionismo. Ou seja: mais uma vez Bolsonaro usa de mentira em sua fala. Até ontem, o Brasil acumulava 250.498 mortos pelo coronavírus. Vergonha!