Há um tempo, o Santander tem aumentado os obstáculos aos trabalhadores acidentados e aos que sofrem de alguma doença ocupacional, para conseguir a emissão da CAT (Comunicação de Acidente do Trabalho), documento indispensável para o pagamento de benefícios previdenciários e pedidos de indenização por parte do trabalhador.
Um desses empecilhos são as várias etapas e travas que o sistema do RH impõe aos trabalhadores afastados. Para solicitar análise da relação do acidente ou doença decorrente do trabalho, o bancário deverá selecionar a opção “atestado relacionado ao trabalho” no momento do cadastro do atestado. Caso não siga esse caminho e não opte pela emissão da CAT, o trabalhador não terá mais oportunidade de solicitar análise para o RH.
Vale lembrar que o bancário que não conseguir cadastrar o atestado no sistema fica com faltas, mesmo que comunique o gestor.
Após a abertura do CAT, o trabalhador terá de responder a um questionário que receberá em seu e-mail através de um link. O documento ficará disponível somente por 24 horas para preenchimento.
Acidentes de trabalho (típico e trajeto)
Outra dificuldade enfrentada pelos bancários do Santander é que o RH somente investigará e analisará para fins previdenciários os casos de acidentes de trabalho (típico e trajeto) que forem informados ao banco até o 1º dia útil seguinte à data da ocorrência. Além disso, o banco não emite a CAT relativa a esses tipos de acidentes se ela não for solicitada no prazo de 24h após o ocorrido, medida seguida pela instituição de acordo com os artigos 21 e 22 da Lei 8.213, que dispõe sobre os planos de benefícios da Previdência Social e outras providências.
Em São Paulo, o movimento sindical da categoria recebeu informações de que o RH só analisará os pedidos de abertura de CAT quando o médico assistente solicitar a emissão.
Exame de retorno ao trabalho
Representantes dos trabalhadores também receberam denúncias de que o Santander tem convocado os bancários afastados para realizarem exame de retorno antes da realização da perícia do INSS e antes do término do prazo de afastamento previsto no atestado médico. A respeito dessa atitude e das dificuldades na emissão da CAT, o movimento enviou uma carta ao banco destacando que as ocorrências são “procedimentos discriminatórios, abusivos e ilegais” e solicitando a imediata cessação das práticas.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região (ligado à FNOB), essas atitudes do Santander são desumanas e absolutamente ilegais. Ao invés de respeitar e acolher seus trabalhadores adoecidos e acidentados, o banco dificulta o acesso a políticas públicas de proteção, que lhes são por direito.
É inaceitável que esses trabalhadores, já fragilizados pelo o que estão vivendo, sofram com esses obstáculos colocados pelo banco. A entidade se coloca à disposição desses bancários e destaca a orientação: caso haja dificuldade no acesso ao sistema do Santander, comuniquem imediatamente o seu gestor por WhatsApp ou e-mail, e guarde esse comunicado.