O empresário Flavio Rocha, dono da rede de lojas Riachuelo, se manifestou contrário à taxação de grandes fortunas, pois a medida “reduz desigualdade, mas empobrece ricos”.
Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, Rocha afirmou que a tributação de grandes fortunas – assunto que está há 33 anos na gaveta do Congresso e agora volta à tona por conta do aumento da desigualdade durante a pandemia de coronavírus – achataria a pirâmide social.
“Nós queremos lutar contra a desigualdade ou contra a pobreza? Esse imposto consegue reduzir a desigualdade, mas pela via não inteligente: expulsando ou empobrecendo os ricos. O que se quer é enriquecer o pobres. Esse é um imposto que diminui a desigualdade, mas achatando a pirâmide, ou seja, empobrecendo os ricos”, declara o empresário.
Rocha, que em 2018 anunciou pré-candidatura a presidente da República, pelo partido Republicanos, mas depois desistiu, também declarou que está parcialmente satisfeito com a nova proposta de reforma tributária do governo Bolsonaro, mas que há pontos que ainda precisam avançar, como a desoneração da folha de salário, que consiste na substituição da contribuição previdenciária sobre a folha de pagamento pela contribuição sobre a receita bruta da empresa.
Para o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região (ligado à FNOB), a “pérola” de Flavio Rocha, bolsonarista declarado, não surpreende, mas revolta. Mesmo que estejam no topo da pirâmide social, dificilmente grandes empresários, banqueiros e a nata da elite brasileira irão enxergar aqueles que estão há níveis abaixo de sua posição, passando fome, sem moradia, sem emprego, sem dignidade humana. A soberba, a ganância, a falta de empatia e o preconceito os cegam.
Apesar do abismo da desigualdade ser cada vez mais profundo, os ultra-ricos continuam pagando muito menos impostos, até mesmo que a classe média, e faturando bilhões durante a crise sanitária e econômica. O Sindicato acredita que enquanto Bolsonaro estiver no poder, essa situação não mudará, pois o governo está constantemente a serviço dos ricos. Inaceitável!