CSP-Conlutas (com Sindicato dos Bancários de Bauru e Região)
No dia 26 de janeiro, um novo pedido de impeachment contra Jair Bolsonaro foi protocolado na Câmara dos Deputados. O documento é assinado por 380 líderes religiosos, como bispos, pastores, padres e frades, ligados a igrejas católicas e evangélicas.
É a primeira vez que lideranças religiosas encaminham uma denúncia contra o presidente por crime de responsabilidade, elevando o número de pedidos de impeachment contra Bolsonaro para 62.
O pedido é assinado por religiosos da Frente Ampla Cristã, tendo o apoio do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), da Comissão Justiça e Paz (órgão ligado à CNBB), da Câmara Episcopal da Igreja Anglicana do Brasil (IEAB), da Aliança de Batistas do Brasil (ABB) e de diversas lideranças católicas e evangélicas.
No texto, redigido pela Associação Brasileira de Juristas pela Democracia ABJD, os autores afirmam que as “ações e omissões” do presidente durante a pandemia são crimes de responsabilidade contra a probidade da administração.
“Bolsonaro atuou contra recomendações de autoridades sanitárias, desrespeitou regras de obrigatoriedade de uso de máscaras, promoveu e estimulou aglomerações, colocou em dúvida a eficácia e promoveu obstáculos à aquisição de vacinas, fez campanha pelo uso de medicamentos e tratamentos não corroborados pela comunidade científica, o que resultou, entre outras consequências, na pressão do Ministério da Saúde para uso dos medicamentos sem eficácia comprovada em Manaus ao mesmo tempo em que se esgotava o estoque de oxigênio na cidade”, diz o pedido.
Segundo os religiosos, Bolsonaro “deixou de fazer o que estava obrigado como presidente” e suas ações “levaram e seguem levando a população brasileira à morte e geraram danos irreparáveis”.
No dia 27, mais um pedido, o 63°, foi protocolado pelos partidos de oposição PT, PDT, PSOL, PCdoB, PSB e Rede.
Os pedidos chegam em meio a um pico do agravamento da pandemia no país. Até o dia 28, o número de mortes pela Covid-19 somou 221.547 vítimas e 9.058.687 casos de contaminados. A média móvel de óbitos vem subindo diariamente, tendo chegado a 1.064.
Contudo, os pedidos de impeachment se avolumam à espera de análise da Câmara. Rodrigo Maia (DEM), prestes a deixar a presidência da Câmara dos Deputados, manteve engavetados todos os pedidos durante o último período.
A eleição dos novos presidentes da Câmara e do Senado na próxima semana acontece em meio ao aumento dos pedidos pelo impeachment e também dos protestos pelo Fora Bolsonaro e Mourão, como as carreatas ocorridas no final de semana e outras manifestações que já estão programadas. Porém, assim como fez Rodrigo Maia, sem pressão popular, o Congresso não irá dar um basta por si só à política genocida deste governo de ultradireita, pois o toma-lá-da-cá é a lógica que impera para a maioria destes políticos.
Fora Bolsonaro e Mourão!
Para a CSP-Conlutas — central sindical à qual é filiado o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, ligado à FNOB —, somente com uma ampla campanha de massa e a participação da classe trabalhadora e da juventude é que garantiremos vacinação já para toda a população, auxílio emergencial imediato e nossos empregos, assim como dar um basta ao governo de Bolsonaro e Mourão.
Em maio do ano passado, já prevendo que o governo federal não conduziria com responsabilidade as ações de combate à pandemia, o Sindicato assinou um pedido de impeachment junto com outras mais de 400 entidades de todo o Brasil. O pedido foi protocolado no dia 21 daquele mês, tendo sido o 36º a cair na mesa de Rodrigo Maia.