Na última sexta-feira (14), o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região noticiou que o Santander “cortou 55% do salário de mais de 40 dirigentes sindicais bancários, cipeiros e trabalhadores em estabilidade provisória que ingressaram com ações judiciais de sétima e oitava horas”.
Segundo o sindicato da capital paulista, “o banco fez uma interpretação distorcida das sentenças e retirou a gratificação de função destes bancários, o que configura prática antissindical, um ataque ao direito de buscar a Justiça, além de desrespeito à Convenção Coletiva de Trabalho da categoria e também a convenções internacionais”.
O sindicato paulistano conta que “diante do corte arbitrário e desumano dos seus salários pelo Santander, bancários atingidos pela medida entraram na Justiça e conquistaram liminares e sentenças […] determinando a retomada do pagamento da gratificação de função”, mas que “o Santander tem protelado o devido pagamento”.
Maria Emília
O Sindicato dos Bancários de Bauru e Região (ligado à FNOB) lembra que, em outubro do ano passado, uma das diretoras da entidade, Maria Emília Bertoli (foto), também teve sua gratificação de função retirada pelo Santander.
Na ocasião, o Sindicato anunciou que “a atitude é uma clara perseguição contra a trabalhadora, que há alguns anos, quando estava na ativa dentro do banco, ingressou na Justiça para obter o pagamento das 7ª e 8ª horas devidas pelo Santander”.
E não deixou de mencionar o fato de que “o banco tem atacado todos os funcionários, em âmbito nacional, que foram buscar seus direitos pelas horas extras, com ameaças de redução de jornada e salário”, afirmando que “esse ataque do Santander é inconstitucional, pois constrange o trabalhador ao livre acesso ao judiciário”.
Obviamente, o Sindicato também entrou na Justiça para que Maria Emília volte a receber sua gratificação de função. Enquanto aguarda o trânsito em julgado da ação, a entidade está pagando à diretora uma ajuda de custo mensal, aprovada em assembleia realizada em 26 de janeiro.
O Santander não tem o direito de perseguir e retaliar os trabalhadores que buscam reparações na Justiça. Basta!