Aconteceu na última quarta-feira (24) mais uma rodada da mesa de negociação com a Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi). Participaram da reunião com a Diretoria da Cassi representantes das diversas associações sindicais que integram a mesa (ANABB, AAFBB, Contec, Contraf e FAABB).
Nada foi definido nessa reunião. Os representantes dos trabalhadores apenas cobraram 1) o retorno dos índices de coparticipação aos patamares de 2018; 2) a revisão da Lista de Materiais e Medicamentos Abonáveis da Cassi (Limaca); 3) mais facilidade para a solicitação de reembolso pelo Programa de Assistência Farmacêutica (PAF); e 4) que os funcionários dos bancos incorporados (Nossa Caixa, Besc e BEP) possam aderir à Cassi.
Já os representantes da Cassi apenas apresentaram os números referente a 2020 e anunciaram a criação de um novo plano, o Cassi Essencial, voltado para os familiares dos associados.
Leia a seguir mais detalhes sobre cada um dos assuntos discutidos.
Coparticipação
Como já vinha acontecendo nas reuniões anteriores, as entidades voltaram a cobrar que os índices de coparticipação voltem aos níveis de 2018. Esse é um compromisso que a Cassi já assumiu, mas que até agora não se tornou realidade.
“Dada a relevância do assunto e a insistência das entidades, a Diretoria da Cassi se comprometeu em fazer um levantamento de dados sobre a coparticipação, que será apresentado em uma nova reunião, que tratará exclusivamente sobre o assunto e será confirmada nos próximos 15 dias”, informou a Contraf.
Limaca e PAF
As entidades também cobraram um posicionamento sobre a revisão da Lista de Materiais e Medicamentos Abonáveis da Cassi (Limaca), que no início do ano passado sofreu uma redução da ordem de 70%. Além disso, muitas patologias severas e recorrentes foram excluídas do Programa de Assistência Farmacêutica (PAF).
A Cassi informou que não realizou a revisão da Limaca ao longo de 2020, e que até maio deve apresentar uma proposta para ela.
Outro problema identificado pelo movimento sindical é que associados estão estão tendo dificuldades para solicitar reembolsos pelo PAF. O envio das solicitações passou a ser exclusivamente pela via eletrônica, e muitos associados não estão conseguindo pedir reembolso em razão de problemas para acessar o sistema.
De acordo com a Contraf, “a Cassi reconheceu que está com problemas no reembolso e constituiu um grupo de trabalho para identificar as dificuldades que os associados estão tendo e promover melhorias no sistema”.
As entidades sugeriram que a Cassi volte a admitir o envio dos pedidos de reembolso pelos Correios, enquanto trabalha para melhorar o sistema eletrônico. A Diretoria da Cassi disse que vai analisar o pedido.
Funcionários incorporados
Assim como o Sindicato dos Bancários de Bauru e Região, ligado à FNOB, pleiteia há muito tempo, as entidades propuseram que os funcionários dos bancos incorporados possam aderir à Cassi, uma vez que se tornaram funcionários do BB. Para o movimento sindical, essa solução seria adequada para a Cassi, já que elevaria o número de participantes do Plano de Associados.
A Cassi declarou que tem interesse na adesão dos funcionários incorporados, mas que aguarda um posicionamento do BB a esse respeito. Também informou que, “assim que for notificada sobre as negociações, fará as projeções e apresentará os reflexos financeiros”, segundo a Contraf.
Cassi Essencial
Ainda de acordo com a Contraf, “para combater a evasão do Plano Cassi Família e constituir novas receitas, a Cassi informou que em breve terá um novo plano, chamado de Cassi Essencial, cuja mensalidade poderá ser entre 20 a 30% inferior à do Cassi Família”.
A Diretoria da Cassi antecipou algumas características do novo plano, cujo público-alvo são os familiares dos associados: terá abrangência nacional, mas precificação regional (as mensalidades vão variar segundo o local de residência do participante); terá rede de atendimento diferente da do Plano de Associados e do Cassi Família; e haverá a possibilidade de cobrança de coparticipação e franquia pela utilização dos serviços.
O Cassi Essencial já foi registrado na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e aguarda o aval do BB.
Resultados da Cassi
A Cassi fechou 2020 com resultado líquido de R$ 1,141 bilhão e ainda é maior plano de saúde de autogestão em número de beneficiários, com 629 mil vidas (386.752 no Plano de Associados e 243.027 no Cassi Família).
Os índices de sinistralidade (76,68%) e eficiência (5,50%) fecharam em equilíbrio com os principais concorrentes do mercado, e houve evolução das reservas totais, que hoje somam R$ 3,3 bilhões.
A taxa de administração — que entra como receita para a Cassi como parte do acordo de sustentabilidade, e que termina neste ano de 2021 — representou R$ 153 milhões no resultado. Segundo a Contraf, “as projeções atuais já contam com a queda de receita e os novos planos de mercado são uma forma de suprir o fim da taxa”.