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Campanha Salarial 2024: primeira reunião com Fenaban discute emprego bancário

27/06/2024

Bancos: Campanha Salarial 2024

Protesto do SEEB-Bauru contra fraudes no Santander. Foto: Divulgação

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A primeira mesa de negociação com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) foi realizada nesta quarta-feira, 26 de junho, em São Paulo (SP), no âmbito da Campanha Salarial dos Bancários de 2024.

O tema do encontro foi “emprego”, com debates de tópicos como o fechamento expressivo de postos de trabalho, contratação de profissionais de tecnologia da informação terceirizados, reestruturações do Itaú e Bradesco e fraude no Santander.

A Frente Nacional de Oposição Bancária (FNOB) acompanha as negociações e se mobiliza em nível nacional para que nenhum direito seja retirado da categoria.

Antes do início das discussões, o movimento sindical cobrou a assinatura de um pré-acordo para manter em vigor os direitos garantidos na atual Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), válida até a data base de 1 de setembro, até a assinatura de novo acordo – a chamada ultratividade.

A Fenaban, no entanto, não concordou com o acordo. Os sindicatos persistiram para que o tema seja debatido na direção dos bancos, já que é importante para a categoria.

  • Resumão do encontro: o movimento sindical destacou a redução de postos de trabalho bancários e o fechamento de agências, apesar do crescimento econômico e dos lucros dos bancos. Entre 2012 e 2022, houve uma queda de 16% no número de trabalhadores bancários. O sindicato reivindica o fim das demissões, terceirizações e fechamento de agências, além da requalificação dos profissionais empregados. Observou-se aumento de profissionais de TI, mas muitos são terceirizados. Casos como o do Santander mostram a precarização das relações de trabalho. A Fenaban se comprometeu a responder às reivindicações nas próximas reuniões.

Fechamento de postos de trabalho

Tendo em vista o tema do encontro, o movimento sindical expôs à Fenaban o atual cenário da categoria no ponto de vista do emprego. Nos últimos anos, houve redução dos postos de trabalho nos bancos, enquanto no restante do ramo financeiro houve ampliação das vagas, além do fechamento de centenas de agências no País.

A dinâmica observada é de que os bancos no Brasil andam na contramão da situação econômica do País, mantendo ou aumentando seus lucros e demonstrando sinais de crescimento.

Porém, enquanto o mercado formal brasileiro abriu 1,7 milhão postos de trabalho entre 2023 e 2024, o setor bancário fechou 6.425 vagas, sendo 142 delas somente em 2024.

Resultado disso é o que a FNOB destaca, com preocupação, há tempos: sobrecarga dos trabalhadores, adoecimento físico e mental da categoria, precarização do atendimento à população e piora na qualidade dos serviços.

Em um panorama mais amplo, observa-se uma queda ainda mais acentuada: entre 2012 e 2022, a categoria bancária saiu de 513 mil trabalhadores para 433 mil, uma redução de 16% ou, em números absolutos, 79,5 mil postos de trabalho.

O principal motivo para tal redução foi a diminuição do número de funcionários dentro das agências – os que ficaram, passaram a desempenhar mais funções – e o fechamento de unidades.

Entre 2019 e 2022, os cinco maiores bancos encerraram 2,5 mil agências no País. Esse dado indica danos não só aos funcionários, mas também aos clientes, já que nem todos os brasileiros possuem as mesmas condições de se deslocarem até uma agência mais distante, e de acesso aos meios digitais, como celular, computador e Internet de qualidade.

Por isso, o movimento sindical reivindica o fim das demissões, da terceirização e do fechamento de agências. Exige que os profissionais sejam realocados e requalificados quando necessário, principalmente aqueles impactados pelas mudanças tecnológicas e organizacionais. Pede, ainda, a indenização adicional do bancário demitido de forma imotivada e o retorno das homologações de demissões com acompanhamento dos sindicatos.

Crescimento do setor de TI

Em contrapartida, entre 2012 e 2022 observou-se um crescimento na porcentagem de vagas ocupadas por profissionais de tecnologia da informação (TI) – de 2,7% para 11,2%. Porém, em 2023, houve elevação de 89% no número de profissionais terceirizados de TI atuando na segurança cibernética dos bancos.

O movimento sindical reivindica que esses trabalhadores sejam contratados dentro do setor bancário, além de maior participação de mulheres na área.

Fraude no Santander e reestruturações no Itaú e Bradesco

A luta é, inclusive, contra a precarização das relações de trabalho como um todo. O Santander é um exemplo desse movimento prejudicial, com a redução dos postos de trabalho bancário por meio da terceirização de diversas funções desde 2021. Detalhe: o banco opera como concessão pública!

Em 2022, o banco transformou 400 gerentes de investimentos em Pessoa Jurídica (PJ), com salário de apenas R$ 1.500 mais variável. O Santander ainda criou seis empresas terceirizadas, com funcionários vinculados a um sindicato diferente, visando a separação dos trabalhadores, o enfraquecimento dos direitos conquistados na CCT da categoria e o rebaixamento de remunerações.

Em outros bancos, como Itaú e Bradesco, processos de reestruturação resultam no fechamento de agências e corte de centenas de postos de trabalho.

Em 12 meses, entre março de 2023 e março de 2024, o Bradesco fechou 151 agências e 478 postos de trabalho bancário. No mesmo período, o Itaú encerrou 216 unidades e cortou 3.561 vagas de trabalho bancário.

Análise

Ao fim do encontro, a Fenaban se comprometeu a se manifestar sobre as reivindicações apresentadas nos próximos encontros.

Calendário de negociações com a Fenaban

02/07 – Cláusulas sociais
11/07 – Igualdade de oportunidades
18/07 – Saúde e condições de trabalho
25/07 – Saúde e condições de trabalho
06/08 – Cláusulas econômicas
13/08 – Cláusulas econômicas
20/08 – Em definição
27/08 – Em definição

Leia na íntegra todas as pautas elaboradas pela FNOB:

Ascom/FNOB

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