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CSB 2024: apenas 29,51% dos funcionários do BB são negros

Fachada de agência do Banco do Brasil. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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Dados divulgados pelo próprio Banco do Brasil (BB) apontam que, atualmente, apenas 29,51% dos funcionários da instituição financeira são negros. Essa porcentagem representa 25.724 pessoas. Dessas, somente 2.130 ocupam posições de liderança, ou seja, 28,24% do total de líderes do banco.

Os números foram apresentados durante a quarta mesa de negociação entre o movimento sindical e o BB, realizada na sexta-feira, 19 de julho, no âmbito da Campanha Salarial dos Bancários de 2024 (CSB 2024) para renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) específico do banco. O tema do encontro foi “Igualdade de Oportunidades”.

A Frente Nacional de Oposição Bancária (FNOB) acompanha as negociações e se mobiliza em nível nacional para que nenhum direito seja retirado da categoria.

Quadro de funcionários

O BB apresentou diversos dados sobre o cenário atual dentro do banco. Hoje, a instituição possui 25.724 funcionários negros, correspondendo a 29,51% do total de trabalhadores. Desses, somente 2.130 ocupam funções de liderança, representando 28,24% dos líderes.

Em contrapartida, o banco destacou o programa “Raça é Prioridade”, que possui 150 pessoas em processo de aceleração para ocupar cargos de liderança. Ao final do projeto, elas estarão preparadas a assumir funções de gestão conforme houver vagas, sem passar por novos processos seletivos.

Além disso, o BB pontuou que todos os processos seletivos já existentes têm cota racial.

O banco também destacou que, nos dias atuais, possui 35.681 mulheres em seu quadro de funcionários. Elas representam 40,94% do total. Porém, somente 26,79% ocupam cargos de liderança.

Com o objetivo de aumentar a representatividade feminina em posições de liderança, o banco afirmou que implementou programas com ações afirmativas direcionadas a mulheres. E citou um concurso recente para o cargo de superintendente regional, no qual aproximadamente 70% dos aprovados foram do sexo feminino. A iniciativa faz parte do compromisso da empresa em promover maior participação de mulheres em cargos de alta gestão.

O movimento sindical cobrou que o banco crie programas para inclusão de cotas para pessoas trans nos concursos públicos e aumente as ações afirmativas para pessoas com deficiência (PcDs).

Canal de denúncias

Também atendendo à reivindicação do movimento sindical, o BB divulgou números do seu canal de denúncias. Segundo a instituição financeira, em 2022, 26,9% dos processos envolvendo conduta de cunho sexual resultaram em demissões por assédio sexual. Em 2023, o número aumentou para 45,9%. Já nos primeiros seis meses de 2024, o percentual saltou para 65%.

Enquanto isso, desde junho do ano passado, 17 denúncias de condutas indevidas foram investigadas pelo canal. Dessas, 65% envolveram raça, 17% gênero, 12% homofobia e 6% crença religiosa.

Nome social

Ainda no debate sobre inclusão, o movimento sindical pediu que os funcionários tenham o direito de usar o nome social, a fim de extinguir a discriminação com pessoas LGBTQIA+. Em resposta, o BB alegou que a mudança já está em andamento e se comprometeu a trazer atualizações na próxima mesa de discussão.

Licença parental

As discussões incluíram a reivindicação de uma licença parental remunerada de 12 meses para cada pessoa de referência da criança ou adolescente, limitada a duas pessoas, sem prejuízo do emprego ou salário.

Em caso de nascimento prematuro, a licença começa no parto e se estende pelo período de internação. O BB se comprometeu a analisar a pauta e reconheceu o benefício desta reivindicação.

Etarismo

O movimento sindical solicitou políticas para combater o preconceito etário, destacando a necessidade de lutar contra estereótipos sobre dificuldades de aprendizado e tecnologia entre pessoas mais velhas. A situação vale tanto para funcionários quanto clientes.

Pessoas com deficiência

Segundo o BB, apenas 2,86% dos funcionários do banco são PcDs, dos quais apenas 1,29% ocupam cargos de liderança.

Em 2024, o banco contratou 357 funcionários com deficiência:

  • 107 com deficiência física;
  • 65 visuais;
  • 16 auditivos;
  • 66 com deficiência intelectual (95% destes são TEA);
  • 3 com deficiências múltiplas.

Desses, 34 já foram realocados:

  • 19 com deficiência física;
  • 2 visuais;
  • 11 com deficiência mental
  • 2 com deficiências múltiplas.

Faltam, ainda, políticas afirmativas para PcDs e neurodivergentes, além de reduzir a jornada de pais e responsáveis dessas pessoas. Para o movimento sindical, o ideal seria reduzir em três horas a jornada dos funcionários com 8 horas de trabalho, e em duas horas para os bancários com jornada de 6 horas.

O banco também começou dois grandes projetos para apoiar e orientar gestores, acompanhar funcionários e dialogar com a equipe que os recebe, além de oferecer atendimento psicológico. O movimento sindical sugere acumular auxílio a filho com deficiência com auxílio creche, devido aos altos gastos com terapias.

Por se tratar de tema complexo, uma nova mesa de negociações para debater especificamente direitos de PcDs e neurodivergentes no BB deverá ser agendada.

Banco de horas

5.497 trabalhadores do banco possui banco de horas negativo e deverão compensá-las até maio de 2025. Desses, 755 têm mais de 60 anos.

Opinião

A FNOB pondera que é estratégia dos bancos apresentar as respostas às reivindicações somente em agosto, para enrolar as negociações e dificultar a organização da greve devido a ultratividade.

Calendário de reuniões com o Banco do Brasil

26/7 – Saúde e condições de trabalho
7/8 – Saúde e condições de trabalho
14/8 – Cláusulas econômicas

Leia na íntegra todas as pautas elaboradas pela FNOB:

Ascom/FNOB


Veja também:

  • Resumo da segunda mesa de discussões com o Banco do Brasil

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