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CSB 2024: CEF deverá discutir direitos de PcDs em mesa específica somente em agosto

Fachada de agência da Caixa Econômica Federal. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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Na terceira mesa de negociações entre o movimento sindical e representantes da Caixa Econômica Federal (CEF) referentes à Campanha Salarial dos Bancários de 2024 (CSB 2024) para renovação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), realizada na última sexta-feira, 19 de julho, o banco se comprometeu a continuar as discussões das políticas voltadas a pessoas com deficiência (PcD) em reunião específica no mês de agosto.

O banco afirmou que não se opõe à inclusão de cláusulas relacionadas a PcDs mas, devido aos muitos tópicos a serem tratados, pontuou a necessidade de nova mesa específica para dar continuidade às negociações.

O tema do terceiro encontro para tratativas específicas de funcionários da CEF foi “Diversidade e Igualdade”. A Frente Nacional de Oposição Bancária (FNOB) acompanha as negociações e se mobiliza em nível nacional para que nenhum direito seja retirado da categoria.

  • Resumão da reunião: Na terceira mesa de negociações da Campanha Salarial dos Bancários de 2024, a Caixa Econômica Federal comprometeu-se a continuar as discussões sobre políticas para pessoas com deficiência em agosto. O encontro abordou temas de diversidade e igualdade, destacando a necessidade de ações concretas para inclusão de PcDs, redução de jornada para pais de PcDs, e combate à discriminação de gênero, racial e LGBTQIA+. A Caixa afirmou que criará um canal específico para denúncias de discriminação racial e discutirá com a Sest questões que envolvem gastos. O movimento sindical também reivindicou melhorias nas condições de trabalho, manutenção de funções e gratificações para vítimas de agressão, e transparência nas transferências de local de trabalho.
  • Leia também: FNOB apresenta reivindicações à Caixa

Mais compromisso

A necessidade de nova reunião surgiu em meio a cobrança do movimento sindical para que o banco tenha mais compromisso com a promoção de medidas de respeito à diversidade e inclusão de PcDs e neurodivergentes.

Isso porque há uma diferença grande entre o que o banco apresenta na teoria e o que ocorre na prática durante a condução das ações internas relacionadas a esse público.

Adicionalmente, foi entregue um documento com considerações sobre o Programa de Diversidade e Inclusão do banco por representantes do Comitê de Diversidade da CEF.

Ainda foi reforçado o pedido de redução da jornada para quatro horas diárias a pais de PcDs, e destacados os problemas estruturais das agências que infringem os direitos dessas pessoas, como piso elevado quebrado, mobiliário e cadeiras inadequadas.

Em resposta, os representantes da CEF afirmaram que os temas que exigem gastos do banco deverão ser tratados com a Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest), do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI).

Diferença salarial

Apesar de o banco alegar que não há diferença salarial por gênero e que a remuneração é definida de acordo com cada função, o movimento sindical destacou que o problema, neste caso, é a falta de oportunidades para as mulheres de ascender na carreira e acesso a cargos de direção, mesmo que tenham maior capacitação.

De acordo com dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), enquanto uma bancária da Caixa com Doutorado recebe salário mensal de R$ 17.415,00 em média, homens com somente ensino superior completo ganham quase o mesmo: R$ 15.341,00 por mês (veja os quadros abaixo).

Preconceito LGBTQIA+

Também pautou a reunião a questão da invisibilidade e preconceito sofridos por funcionários LGBTQIA+, que amargam dificuldades para avançar na carreira pela discriminação e ainda são assediados moralmente, principalmente por colegas de religiões que questionam a comunidade.

O movimento sindical pede que o banco acompanhe de perto quem serão os gestores que conduzirão situações relacionadas a esse público, selecionando aqueles que se interessem sobre o tema também para debater o assunto nas “Rodas de Diálogo”, avaliadas pelos funcionários atualmente como pouco efetivas.

Discriminação

Em relação à discriminação racial, o movimento sindical reivindicou a criação de um canal específico para envio de denúncias tanto de quem sofreu violência, quanto de quem a presenciou. Do outro lado, deverão estar pessoas capacitadas para lidar com os temas e com o regramento do que deve ser feito.

A Caixa afirmou que criará o canal específico para atender exclusivamente denúncias de discriminação racial.

Há ainda a necessidade de profissionais mais capacitados em lidar com denúncias de outros temas, como violência doméstica. Os sindicalistas citaram casos levados à Caixa por funcionárias vítimas da violência, que acabaram expostas por seus gestores à Ouvidoria do banco, ao invés de receberem o encaminhamento devido.

A atenção a esse tema se faz necessária principalmente após as denúncias contra o então presidente da Caixa, Pedro Guimarães. Dois anos depois, o caso permanece sem encaminhamento. A adoção de medidas é importante para mostrar que os agressores não serão impunes e as vítimas devem, sim, denunciar.

O movimento sindical também reivindicou que as bancárias vítimas de agressão, quando transferidas para que não tenham contato com o autor, tenham sua função e gratificações mantidas, diferente do que ocorre atualmente.

Investimento em tecnologia

Os bancários ainda pedem que o banco invista na compra e manutenção de equipamentos, softwares e demais tecnologias, para combater a indisponibilidade de sistemas. No entanto, tal ação deve ser feita com responsabilidade, e não objetivando apenas o aumento da produtividade.

Ausências permitidas

Além das ausências permitidas que já constam no ACT, foi inserida a reivindicação de permissão de ausência para acompanhar parentes em internações sem limite de dias, ausência para acompanhar dependentes PcD em tratamentos e terapias e ausências específicas com relação a sintomas menstruais graves.

Adiantamento de férias

Em relação ao parcelamento do adiantamento de férias, o pedido é para que o bancário possa escolher se deseja ou não o adiantamento. Os que quiserem receber o pagamento referente ao mês de férias adiantado, nada mudará, e poderão continuar recebendo em até 10 parcelas. A mudança seria para o funcionário que optar por receber na data normal em que receberia seu salário, sem prejuízo de receber um terço adicional de forma adiantada.

Transferência de local de lotação

Quanto às transferências de local de lotação, foi pedido que a Caixa tenha uma política transparente, pois todos precisam conhecer as opções disponíveis e terem a possibilidade de se candidatar.

Reunião sobre a Funcef

O movimento sindical também cobrou da Caixa uma mesa de negociações sobre questões relacionadas à Fundação dos Economiários Federais (Funcef). Os representantes da CEF, em resposta, disseram que estão discutindo a possibilidade, mas ainda não têm um posicionamento sobre a reunião.

Conclusão

A FNOB ressalta que é uma estratégia dos bancos apresentar as respostas das reivindicações somente em agosto para enrolar as negociações e, com isso, dificultar a organização da greve devido a ultratividade.

Calendário de reuniões com a Caixa

26 de julho – Saúde e Absenteísmo
7 de agosto – Em definição
14 de agosto – Em definição
21 de agosto – Em definição
28 de agosto – Em definição
1 de setembro – Data-base da categoria

Leia na íntegra todas as pautas elaboradas pela FNOB:

Ascom/FNOB

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