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Encontro de Oposições em Brasília aprova documento sobre Campanha Salarial

30/07/2024

Bancos: Campanha Salarial 2024

Encontro Nacional das Oposições Bancárias ocorreu em Brasília (DF). Foto: Divulgação

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Realizado nos dias 27 e 28 de julho, o Encontro Nacional das Oposições Bancárias reuniu dezenas de representantes da categoria em Brasília (DF) para debater pontos da Campanha Salarial de 2024.

No evento, foi aprovado um documento que destaca a importância da categoria se manter unida na luta pela manutenção de seus direitos e reivindicação daqueles que foram perdidos em campanhas anteriores.

Leia abaixo o conteúdo da carta:

“Os bancos estão a cada ano aumentando seus lucros bilionários. A título de comparação, em 2023, os cinco maiores bancos do País lucraram R$ 108,59 bilhões. Em 2000, o lucro dos 20 maiores bancos era de R$ 2,22 bilhões.

Esse lucro astronômico foi conseguido através da brutal exploração da categoria bancária, que sofre com o achatamento salarial e com um adoecimento cada vez maior.

Hoje, o piso salarial de entrada da categoria bancária é de R$ 1.944,56, cerca de R$ 500 a mais que o salário mínimo.

Atualmente, os bancários representam 25% dos afastamentos de trabalhadores por acidentes de trabalho devido a questões psíquicas, apesar de serem apenas 0,8% dos empregos formais.

Além da exploração dos trabalhadores em instituições bancárias, o lucro bilionário dos bancos foi atingido por tarifas absurdas e juros extorsivos pagos pela população brasileira.

A campanha salarial é quando podemos inverter – ou pelo menos melhorar – essa situação. É o momento de expressarmos nossa força coletiva. Os bancários unidos podem parar o sistema financeiro do País. Foi assim que conquistamos as seis horas de trabalho, os vales refeição e alimentação, entre outros direitos.

Mas para a campanha salarial expressar essa força coletiva, é preciso ter como prioridade colocar em movimento a categoria. O que temos visto é o contrário disso. Os bancários estão assistindo como espectadores as várias reuniões que ocorreram com a Fenaban, com o BB, com a CEF e com outros bancos públicos.

Nas últimas campanhas, a Contraf-CUT entregou a nossa jornada máxima de seis horas para os banqueiros, considerando como compensação todas as funções comissionadas, e não teve qualquer atitude firme contra as demissões nos bancos públicos.

O acordo bianual enfraqueceu a luta coletiva, trazendo a categoria a uma apatia e afastamento em relação ao seu próprio movimento.

Nós, membros de oposições bancárias, sindicatos de luta e minorias em sindicatos, chamamos a categoria bancária a pegar a campanha salarial nas mãos e construir itens prioritários e um calendário nacional de mobilização.

Precisamos pressionar e exigir que o movimento sindical convoque uma rodada nacional de assembleias presenciais.

Em nossa opinião, esta campanha não pode acabar sem que tenhamos respostas às reivindicações de fim das metas, do assédio moral e sexual, garantia de emprego, manutenção salarial, valorização do piso (salário-mínimo do Dieese), reposição dos quadros e novas contratações e plano de cargos e salários (implantação e melhorias).

No BB, a campanha não pode terminar sem que se garanta a manutenção da função dos caixas, o fim do Performa, melhorias nos méritos e uma proposta para o financiamento da Cassi, com isonomia para os funcionários contratados após 2019 e incorporados.

Na CEF, é preciso lutar pelo fim do equacionamento da Funcef sem retirada de direitos, recuperar a saúde financeira do Saúde Caixa, acabando com o teto do patrocínio, retomando o modelo de financiamento 70/30 e garantindo isonomia na aposentadoria para os pós-2018, retorno da função de Caixa Executivo e contra o fechamento de agências.

Nos bancos privados, é preciso conter a onda de demissões e adoecimento.

Outra pauta imprescindível é o fortalecimento dos bancos públicos e de sua função social. Isso envolve lutar contra o avanço da privatização dos bancos estaduais e regionais e contra a priorização do lucro dos bancos federais, já que o atendimento à população e o crédito dirigido precisam ter prioridade.

Os bancos estaduais e regionais precisam ter mais investimento, o que passa pela viabilização de novos concursos.

A nossa certeza é que a mudança da realidade dos bancários é uma necessidade, mas acontecerá somente com a categoria recuperando seu protagonismo no movimento.

Essa mobilização deve ocorrer mesmo sem a convocação da direção majoritária da Contraf-CUT, retomando as greves como principal forma de luta do movimento dos bancários e das bancárias.”


Leia na íntegra todas as pautas elaboradas pela FNOB:

Ascom/FNOB

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