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Fenaban continua sem apresentar proposta de cláusulas econômicas

15/08/2024

Bancos: Campanha Salarial 2024

Bancários do Rio Grande do Norte protestam contra a inércia da Contraf-CUT em 14 de agosto. Foto: SEEB-RN

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A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) continua sem apresentar proposta às reivindicações de cláusulas econômicas dos bancários. Nesta terça-feira, 13 de agosto, ocorreu a 7ª rodada de negociação entre o movimento sindical e os representantes dos banqueiros. Os bancos estão com as reivindicações da Campanha Salarial em mãos há quase dois meses e faltam somente 15 dias para a data-base da categoria. As próximas negociações estão marcadas para os dias 20 e 21 de agosto.

De acordo com informações divulgadas pela Contraf-CUT, a Fenaban insistiu em dizer que a competitividade no setor está colocando em risco a lucratividade e rentabilidade das instituições. O argumento foi rebatido, já que os bancos “seguem com presença segura no mercado financeiro do país” e registram sequência de lucros astronômicos.

Além disso, foi apontado que, neste ano, dos 8.809 setores no país que fizeram negociações salariais, 86% tiveram aumento. Nesse sentido, o movimento sindical questionou: se setores como comércio e agropecuária, que também possuem concorrência, conseguem reajustar o salário dos trabalhadores, por que os bancos não conseguiriam?

Respostas

As únicas propostas da Fenaban apresentadas durante essa última mesa de negociação foram em relação às cláusulas sociais:

  • Inclusão do termo “assédio moral” em cláusula da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT);
  • Formação de mulheres (da comunidade e bancárias demitidas) para a área de Tecnologia da Informação (TI), a partir da contratação de duas entidades especializadas. Foi pedido que a medida também envolva as bancárias em atuação (requalificação). Fenaban ficou de analisar a solicitação;
  • LGBTQIA+: criação de cláusulas de repúdio à discriminação, com canais de apoio; respeito ao nome social, em todos os sistemas do banco, antes da obtenção do registro civil de retificação de nome para pessoas transexuais; garantia do uso do banheiro conforme o gênero que a pessoa se reconhece; trabalho de letramento em toda a categoria para o combate à discriminação;
  • Cláusula de garantia de criação de Comitê de Gestão de Crise em casos de calamidade. O comitê terá autorização prévia para tomada de decisões necessárias aos bancários atingidos por calamidades. Entre essas ações estão a liberação de teletrabalho e de banco de horas;
  • Reforço ao programa de apoio às bancárias vítimas de violência doméstica, previsto em cláusulas na CCT;
  • Sobre as obrigações da lei federal de igualdade salarial entre homens e mulheres, a Fenaban disse que irá melhorar a divulgação do relatório de transparência salarial do setor;
  • Fenaban irá reavaliar necessidade de realização do Censo da Diversidade.

Para a Frente Nacional de Oposição Bancária (FNOB), o descaso da Fenaban e dos banqueiros em relação às reivindicações dos trabalhadores não surpreende. O que chama atenção é a tamanha indulgência da Contraf-CUT diante disso! Falta pressão, falta cobrança, faltam respostas.

Falta transparência da Contraf-CUT com os trabalhadores sobre o que está sendo negociado com os bancos nessa Campanha Salarial, informações aprofundadas sobre as discussões e a falta de oportunidade dos trabalhadores decidirem se querem greve ou não.

Se tem lucro, tem que ter valorização. Se não tem acordo, vai ter paralisação! Os bancários querem lutar pelos seus direitos!

Ascom/FNOB


Leia na íntegra todas as pautas elaboradas pela FNOB:

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